segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Entrevista com o autor de "A Bola e o Verbo, o futebol na crônica brasileira"

Na noite do próximo dia 15 de outubro, no templo sagrado do futebol paulistano, o Estádio do Pacaembu, ou, para ser mais exato, no Museu do Futebol, vai ser realizado o lançamento do livro “A Bola e o Verbo – o futebol na crônica brasileira”, primeiro livro do jornalista Rodrigo Viana.
 
Aproveitando minha condição de aluno do curso especialização de Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, da FMU, encaminhei-lhe algumas perguntas, que ele gentilmente respondeu, deixando transparecer o seu amor pelo futebol e o desejo de cultuá-lo, analisando, neste primeiro livro, obras de grandes cronistas do "esporte bretão".

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? O amante da literatura ou o apaixonado pelo futebol? O jornalista ou o "exquase" jogador de futebol?
SEM DÚVIDA O JOGADOR DE FUTEBOL. JOGUEI NAS CATEGORIAS DE BASE DA FERROVIÁRIA DESDE OS 10 ANOS DE IDADE ATÉ A CATEGORIA JUNIÔRES. POR MUITO POUCO NÃO ME PROFISSIONALIZEI. COMO CONSIDERO DUAS ARTES - O FUTEBOL E A LITERATURA - FOI SÓ UM DESLOCAMENTO, DIRÍAMOS ASSIM, DE UMA PARA OUTRA. MAS AINDA CONSIDERO O FUTEBOL O CENTRO DESSE UNIVERSO, SEJA NAS LETRAS, SEJA DENTRO DE CAMPO.
 Textos de mestres de vários momentos dos últimos cem anos passam por seu crivo, desde escritores que viveram praticamente os primórdios do futebol no Brasil, como Mário de Andrade e Lima Barreto, passando por outros que viram a ascensão deste futebol ao topo do mundo, como Mário Filho e Nélson Rodrigues, até contemporâneos, como José Roberto Torero. As épocas que viveram foram diferentes, os estilos de escrever modificaram-se, a forma de jogar futebol evoluiu. Sobrou algo em comum entre eles?
A CRÔNICA, COMO GÊNERO JORNALÍSTICO LITERÁRIO, NÃO MUDOU MUITO SEU FORMATO DESDE AQUELA ÉPOCA. AS GRANDES CRÔNICAS, ALIÁS, ONDE PROSA, INFORMAÇÃO, FICÇÃO E POESIA SE MISTURAM, PERTENCEM MUITO MAIS AO PASSADO DO QUE AO MOMENTO PRESENTE. 
TEMOS O TORERO, O MAURO BETTING, O ANTERO GRECO E OUTROS EXEMPLOS ATUAIS QUE CERTAMENTE BEBEM NA FONTE DOS PRIMEIROS CRONISTAS PARA CONSTRUÍREM SEUS TEXTOS.
Não tive acesso ao texto do livro, ainda, mas pelo que pude deduzir do título e das sinopses já divulgadas, as crônicas são somente sobre futebol. Estou correto? E sobre os outros esportes, não temos, na literatura brasileira, crônicas que merecessem estar em seu livro? Como você analisa esta situação?
DEVO CONCORDAR QUE AS CRÔNICAS DE FUTEBOL PREDOMINAM EM RELAÇÃO A OUTROS ESPORTES. PORÉM É PRECISO CONSIDERAR A IMPORTÂNCIA HISTORICA DO FUTEBOL NO BRASIL. AQUI, DIFERENTEMENTE DE OUTROS PAÍSES, O FUTEBOL É MESMO UMA INSTITUIÇÃO.
POR OUTRO LADO, HÁ CRÔNICAS BELÍSSIMAS QUE O ARMANDO NOGUEIRA FEZ PARA A PAULA DO BASQUETE, JÁ VI BOAS CRÔNICAS SOBRE O AYRTON SENA. É PRECISO QUE NOS ATENHAMOS MAIS AO HUMANO, À JORNADA DO HERÓI, À HUMANIZAÇÃO DO ÍDOLO PARA ENCONTRARMOS O ESPAÇO DA CRÔNICA. MAS REITERO E CONCORDO CONTIGO: O TERRENO DO FUTEBOL É BEM MAIS AMPLO PARA ESTE TIPO DE ABORDAGEM.
Hoje, o Sr. não é um jornalista dedicado totalmente ao esporte. Como o Sr. acredita que o lançamento do livro vai influenciar na sua carreira: vai servir para direcioná-lo às redações esportivas ou, ao contrário, vai demonstrar à sociedade que o jornalista esportivo é capaz de produzir trabalhos que transcendem o esporte?
ACHO QUE AS DUAS COISAS. ESPERO ME ESPECIFICAR CADA VEZ MAIS NO ESPORTE. GOSTO DE FAZER, SEI FAZER. POR OUTRO LADO, UM LIVRO É ALGO DEFINITIVO NA VIDA DE UM AUTOR E A PRODUÇÃO DE LIVROS ESPORTIVOS E OU SOBRE FUTEBOL VEM CRESCENDO NO BRASIL, AJUDANDO A TERMINAR COM A MÍOPE IDEIA DE QUE O JORNALISTA ESPORTIVO É UM "JORNALISTA MENOR"
Quem não conhece seu livro, mas o vê prefaciado por Juca Kfouri, apresentado por Ignácio de Loyola Brandão e com endossos do Roberto Cabrini e do Alberto Dines, fica esperando muita qualidade. Como estão os preparativos para um lançamento à altura destas expectativas?
CONFESSO QUE A ANSIEDADE E UM CERTO FRIO NA BARRIGA TOMAM CONTA. É MEU PRIMEIRO LIVRO, NUNCA PASSEI PELA EXPERIÊNCIA....MAS A DIVULGAÇÃO VEM SENDO BEM FEITA, TANTO NAS GRANDES REVISTAS, PORTAIS , RADIOS E TVS COMO NOS BLOGS, COMO O SEU. PROCURO, DENTRO DO MEU TEMPO DAR ATENÇÃO A TODO TIPO DE COMUNICAÇÃO
Depois da festa no Museu do Futebol, estão previstos eventos em outras capitais?
PENSO EM FAZER UM LANÇAMENTO EM ARARAQUARA, MINHA CIDADE NATAL. JÁ MOREI NO RIO E CREIO QUE HÁ CIRCUITO E PÚBLICO PRA FAZER LÁ TAMBÉM, MAS TUDO ISSO VAI DEPENDER DE CONDIÇÕES DE MERCADO. ESTE PRIMEIRO LANÇAMENTO, O OFICIAL, É FEITO EM PARCERIA COM A EDITORA, O QUE AJUDA MUITO!
E, para finalizar, neste livro – seu primeiro rebento-, o trabalho de análise é seu, mas as crônicas são dos grandes mestres. O segundo filho, com suas próprias crônicas, já está a caminho?
AH, NÃO PENSO MUITO POR ENQUANTO. PARIR DÁ TRABALHO E AINDA ESTOU NO PROCESSO. VEREMOS COMO O FILHO CRESCE

 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Novos horizontes na esgrima brasileira?

Conforme comentei em minha primeira postagem, acompanhei, nos dias 7 a 9 de setembro, o Campeonato Brasileiro Infantil, organizado pela Confederação Brasileira de Esgrima e realizado no Clube Atlético Paulistano. Foi um belo final de semana! Clubes de cinco estados brasileiros se fizeram presentes, disputando provas nas três armas - florete, espada e sabre - e em três categorias – até 9 anos, até 11 anos e até 13 anos.
 
Embora a esgrima no Brasil seja um esporte muito pouco difundido, a presença de cerca de cem jovens competindo no Ginásio do Paulistano, representando quatorze equipes e apresentando, em alguns casos, um nível técnico promissor foram indícios de que bons ventos poderão soprar nos céus desse esporte olímpico, dentro de pouco tempo.
 
Sobre a competição, merece destaque, inicialmente, o trabalho de base do Clube Atlético Paulistano, que participou com o maior número de atletas e conquistou excelentes resultados. Este clube, ao lado do Pinheiros, de São Paulo, e do Grêmio Naútico União, de Porto Alegre, - que também tiveram boas participações - são os mais tradicionais na esgrima nacional e, como pudemos atestar, vem mantendo seu apoio ao esporte.
 
Não pode deixar de ser registrado, contudo, o bom trabalho feito em outros centros, como Curitiba e Belo Horizonte, que também conquistaram alguns resultados expressivos e de muita qualidade, confirmando uma tendência de ampliação dos horizontes na prática da esgrima no país. A se lamentar, a ausência de atletas do Distrito Federal e a participação reduzida do Rio de Janeiro, que, no passado, foi um berço fecundo de esgrimistas campeões.
 
Os resultados detalhados da competição podem ser obtidos no site http://www.brasilesgrima.com.br/resultados/2013/CampBrasInf/, mas, se me for permitido a audácia, gostaria de destacar o desempenho de alguns atletas, como Ana Catharina Joaquim e  Isabel Monteiro, campeã e vice da Cat Sub 11 e também da Sub 13, além de Guilherme Murray, campeão da Sub 11 e destaque na Sub 13: espero que mantenham a humildade e que continuem progredindo, encarando as dificuldades do prosseguimento da carreira, onde, em muitos momentos, as vitórias não estarão presentes.
 
Por fim, não posso deixar de comentar minha emoção especial ao acompanhar alguns atletas do Barroca Tênis Clube disputando algumas finais neste campeonato: quando eu comecei neste esporte, nos anos 70, a esgrima não era praticada competitivamente em Minas Gerais e, quando residi de 1985 a 1987 em Belo Horizonte, pude acompanhar o esforço de alguns jovens entusiastas que procuravam implementar a sua prática na cidade. Ver um destes precursores, o Prof Carlos Moreira, à frente da equipe e os seus bons resultados, com várias medalhas conquistadas, foi uma grande alegria!
 
PS: aos meus colegas do Círculo Militar de São Paulo – Lorenzo, Vinícius, Lucas, Xavier, Victor, Júlia e Mariana -  meus parabéns pela participação e pelas várias vitórias.

domingo, 8 de setembro de 2013

Abrindo horizontes

Inventei de estudar jornalismo esportivo depois dos 50 ... e agora tenho que me abrir às mídias mais modernas e ágeis! Como "dever de casa", estou postando minha primeira mensagem!
Começo saudando meus companheiros - professores e alunos - do Curso de Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, da FMU, que, possivelmente, sejam as únicas testemunhas deste "momento histórico".

Para não deixar de falar de esporte neste "início de caminhada", destaco o Campeonato Brasileiro de Esgrima Infantil (até 13 anos) e o Torneio Nacional Pré-cadete (14-15 anos) que ocorreu este final de semana em São Paulo. Apesar das dificuldades que este esporte enfrenta no Brasil, cerca de 100 jovens de vários estados estiveram reunidos no Clube Atlético Paulistano, disputando acirradamente o título nacional e dando seus primeiros passos no esporte, com boas promessas já despontando.
Em futuras mensagens, poderei comentar um pouco das características deste esporte olímpico e, é claro, destacar alguns dos pequenos campeões brasileiros que brilharam neste final de semana.